«Pedimos a fé como uma experiência presente». A mensagem de Julián Carrón para a Peregrinação Macerata-Loreto

Peregrinação Macerata-Loreto. Sábado, 8 de junho de 2013
Julián Carrón

Caros amigos, a peregrinação de vocês deste ano é marcada pelo fato de acontecer no Ano da fé. É essa a circunstância que coloca diante dos nossos olhos a pergunta a ser levada ao longo do caminho: pedir a fé em Jesus Cristo, Senhor e nosso Deus. Como o pai do menino, que diz a Jesus: «Eu creio! Ajuda a minha incredulidade» (Mc 9,24). Ou como os apóstolos: «Aumenta-nos a fé» (Lc 17,5).
A razão da urgência desse pedido a Nossa Senhora nos explicou Bento XVI: «Acontece não poucas vezes que os cristãos sintam maior preocupação com as consequências sociais, culturais e políticas da fé do que com a própria fé, considerando esta como um pressuposto óbvio da sua vida diária. Ora, um tal pressuposto não só deixou de existir, mas frequentemente acaba até negado» (Porta fidei).

De onde podemos partir? De onde tirar a energia para retomar constantemente? Somente pedindo a fé como uma experiência presente: «Pela minha formação na família e no seminário, primeiro; posteriormente, pela minha meditação, estava profundamente convencido de que uma fé que não pudesse ser descoberta e encontrada na experiência presente, confirmada por esta, útil para responder às suas exigências, não seria uma fé em condições de resistir num mundo onde tudo, tudo, dizia e diz o contrário» (L. Giussani, Educar é um risco). A meta de vocês não é a relíquia de um passado, mas o sinal de algo que, iniciado no passado, está acontecendo agora.

O Papa Francesco é, nesse momento, a testemunha mais potente dessa fé presente que o Espírito enviou à Sua Igreja: «O importante é o encontro com Jesus, o encontro com Ele, é isto que te dá a fé, porque é precisamente Ele que te dá! (…) Sublinho a importância disto: deixar-se guiar por Ele» (18 de maio de 2013).

Que não nos aconteça com Jesus o que o Papa descreveu no dia de Pentecostes: «Muitas vezes seguimos e acolhemos Deus só até certo ponto; sentimos dificuldade em abandonar-nos a Ele com plena confiança, deixando que o Espírito Santo seja a alma, o guia da nossa vida, em todas as decisões. Temos medo que Deus nos faça seguir novas estradas, faça sair do nosso horizonte frequentemente limitado, fechado, egoísta, para nos abrir aos seus horizontes» (19 de maio de 2013).

Só se a fé acontece novamente como evento real na nossa vida, poderemos estar à altura – não por sermos melhores ou mais capazes, mas por estarmos mais abandonados Àquele que «a todos dá vida, respiração e tudo o mais» (At 17,25) – do apelo do Papa Francisco para sair às «periferias existenciais» para testemunhar a fé.

Julián Carrón

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