Às Comunidades dos Estados Unidos por ocasião da morte de Mons. Lorenzo Albacete

Julián Carrón

Caros amigos,
a vida de Monsenhor Albacete se realiza, hoje, diante do rosto bom do Mistério que faz todas as coisas e floresce na letícia que sempre víamos nele.

A descoberta de Dom Giussani investiu de tal maneira a sua vida a ponto de fazê-lo solicitar poder servir ao Movimento nos Estados Unidos, testemunhando-o na dramática fronteira do encontro entre fé e uma modernidade em busca do significado. É um encontro que ele buscou com todos, desafiando a inteligência norte-americana com a única arma do seu testemunho de homem agarrado e transformado por Cristo, na sua razão e liberdade.

Por isso, valem para o nosso caríssimo Lorenzo as palavras do Papa Francisco na Evagelii gaudium: “Os cristãos têm o dever de anunciá-lo, sem excluir ninguém, e não como quem impõe uma nova obrigação, mas como quem partilha uma alegria, indica um horizonte estupendo, oferece um banquete apetecível. A Igreja não cresce por proselitismo, mas ‘por atração’”. Sem dúvida, a sua atração era tal que quem o encontrava se tornava seu amigo, porque mostrava a beleza e a utilidade da fé para enfrentar a urgência do viver.

Com o seu trabalho incansável nos mostrou como a fé pode se tornar “inteligência da realidade”, com uma capacidade de reconhecer e abraçar quem quer que seja, sem equívocos ou ambiguidades, por amor à verdade que há em cada um. E com o seu sofrimento nos recordou que não existe circunstância, nem mesmo a mais difícil e cansativa, que possa impedir o diálogo cotidiano do eu com o Mistério.

Peçamos a Dom Giussani, que o reencontra agora como amigo para sempre, que lhe obtenha aquela paz que é o sinal de uma vida que repousa no eterno. E a Nossa Senhora, que Monsenhor Albacete havia reconhecido como Aquela que lhe havia feito encontrar Dom Giussani, que o torne partícipe do sorriso do Eterno.

Rezemos todos e cada um para viver à altura do seu testemunho, para recolher a sua herança no seguimento do Movimento dentro da Igreja.

Julián Carrón
Milão, 24 de outubro de 2014.