A política é um bem
«Por favor, não olheis da varanda da vida, mas comprometei-vos, imergi-vos no amplo diálogo social e político» (Papa Francisco em Florença, 10 de novembro de 2015).
Olhar da varanda: não será talvez esta a atitude de tantas pessoas quando se fala de política? Sobrecarregados com os problemas e as dificuldades que às vezes parecem insuperáveis, podemos viver um cansaço da liberdade e da responsabilidade, que se traduz num crescente desafeto pelo voto e numa desconfiança em relação a qualquer formação política.
Mas este desafeto e esta desconfiança não têm origem só na política; a causa é bem diferente: uma crise do eu diante da «vida que corta as pernas» (C. Pavese, Dialoghi con Leucò), uma crise que se manifesta como um aborrecimento invencível, uma letargia misteriosa.
Há esperança de sairmos desta situação bloqueada, que nos deixa insatisfeitos e desiludidos?