Uma ação de graças ao padre Giussani
“Por favor, como eu chego na rua Rombon?”. “Você vai ao instituto Sagrado Coração?”. “Sim”. “Pois é, hoje todos vão pra lá. Veja ali no meio da praça quantos ônibus foram colocados à disposição pela Atm (empresa de ônibus de Milão; nde)”.
É uma gentil senhora que vende jornais na banca, diante da estação de Lambrate, a primeira estação de acolhimento – embora não oficial – ao longo do trajeto que nos leva lá onde o corpo de monsenhor Luigi Giussani está recebendo o último adeus de milhares de pessoas. Ele morreu às 3h10 do dia 22 de fevereiro, por insuficiência circulatória e renal, conseqüência da grave pneumonia que apanhou nos dias anteriores; padre de 82 anos de idade, fundador de Comunhão e Libertação, há alguns anos morava no Sagrado Coração, entidade moral e instituto escolástico freqüentado por crianças e jovens que ali passam do jardim da infância à faculdade. Ali, na capela da escola, foi preparada a câmara ardente, visitada ininterruptamente por autoridades e pessoas comuns, aderentes ao movimento (mas não só), que viam em monsenhor Giussani uma referência ou – como com mais freqüência dizem os entrevistados – um pai. Essa foi a expressão contida no comunicado oficial do padre Julián Carrón – o sacerdote espanhol designado sucessor do padre Giussani na condução do movimento –, em nome da presidência de Comunhão e Libertação: “O Senhor chamou o nosso caríssimo padre Giussani. Ancorados na esperança da ressurreição, tomados pela dor por essa separação, no abraço de Cristo, reconhecemo-lo mais do que nunca como um pai, ele que agora contempla a Presença – que tanto amava – de Jesus Cristo, que em toda a sua vida nos ensinou a conhecer e a amar como consistência total de todas as coisas e de todas as relações. Confiantes em Nossa Senhora, pedimos às comunidades que celebrem a Eucaristia. Gratos pela vida do padre Giussani, pedimos que a sua fé, esperança e caridade se tornem cada vez mais nossas”.
(Alberto Manzoni, Jornal L’Osservatore Romano, 25 de fevereiro de 2005).