A morte de Luigi Giussani e o caso de CL
[...] Sua fé está mesclada ao mistério da caridade cristã, que, compreendendo a fragilidade e a fraqueza humana, vai além da própria tolerância leiga. Homem de grandes paixões e infinitas curiosidades, Giussani sempre repetiu que o princípio educativo deve levar em conta a “realidade total”, todos os fatores da realidade. E isso faz dele um homem que se interessa por tudo, mas sobretudo pelo respeito e pela atenção a toda e qualquer experiência humana. A um jovem comunista, filho de numerosa família católica, ele dá de presente O capital de Carl Marx e escreve um bilhete significativo: “Se você quer viver essa experiência, viva-a realmente até o fundo”. O grande paradoxo é que, com essa vida inspirada no mistério da caridade cristã, Giussani é considerado um fundamentalista. É uma das calúnias mais blasfemas da cultura italiana de esquerda, que domina os jornais e as editoras. [...] Pessoas jovens, ou nem tanto, se reaproximam do cristianismo graças a padre Giussani. Leigos que sempre se opuseram duramente à Igreja vão dialogar no Meeting de Rímini. Os jovens de Comunhão e Libertação não apenas consolidam e expandem seu movimento por mais de 70 países do mundo, mas também constróem obras no Brasil, na África e na Ásia. Hoje, em cima de O senso religioso de padre Giussani, em cima de todos os seus livros, jovens das universidades do mundo inteiro se diplomam. O filho de um anarco-socialista de Désio, o jovem professor de religião do Berchet, o fundador de Comunhão e Libertação é hoje uma referência para todos os cristãos do mundo e para todos os não-cristãos que não sejam surdos ou obtusos diante do mistério da vida e do universo. Defendeu Cristo e sua Igreja com uma fé e uma paixão humana que suscitam admiração. Como velhos leigos, tomamos a liberdade de dizer: talvez seja justo que nunca tenha sido elevado à púrpura cardinalícia.
(Gianluigi Da Rold, L’Opinione, 23 de fevereiro de 2005)