Ao homem que tem fé cabe pedir a suprema consciência do ser

Notas da mensagem de encerramento da Assembléia de Responsáveis de Comunhão e Libertação. Milão, 4 de novembro de 2003


Perdoem-me por aproveitar mais esta oportunidade para participar diretamente desse momento da disponibilidade de vocês e sentir concretamente a identidade que existe entre a minha história pessoal e a história pessoal de cada um de vocês, da forma como ela é anunciada pelos testemunhos que estão dando aqui hoje.
Pois - eu posso dizer - é grandioso o que padre Pino fez agora, ao procurar esclarecer como a Igreja se torna a grande presença mediante a qual o relacionamento com Cristo penetra a nossa maneira de reagir diante da realidade, de tomar consciência da realidade, de reagir a ela e nela. O Movimento nunca ouviu alguém falar de maneira tão clara como padre Pino falou aqui hoje. Por isso, sou grato a Deus e a vocês, pois essas palavras são fruto apenas de uma afetividade e de uma inteligência, de uma inteligência e de uma afetividade surpreendentemente favorecidas pelo Senhor. E foi isso que permitiu ouvir as coisas que foram ditas hoje, desde as primeiras palavras, de Negri, até as últimas, de Emília, desde o que disse o professor de filosofia da Pulha até o que foi dito pelo de Nápoles. Mas eu teria de parar em cada observação que vocês fizeram, para documentar o tamanho da gratidão que me levou a lhes falar hoje.
No final, há apenas uma coisa que tomo a liberdade de sublinhar com insistência - pois o Mistério, aquilo que é mistério, não pode ser alcançado pelo homem, a não ser mediante uma pretensão que em última análise se torna amarga, além de, portanto, inútil -: o que sublinho é a oração - que tantas vezes é sentida como simples devoção, como ato meramente devocional, ou ação
simplesmente moralista -, é a oração, o pedido a Deus de que se faça sentir na nossa vida. É isso que devemos pedir a Nossa Senhora: que consigamos preencher o fundo dos nossos dias, torná-los plenos. Digo que devemos pedir a Nossa Senhora, pois ela foi o primeiro ser em que o Mistério desenvolveu toda a sua iniciativa, toda inteira, absolutamente inteira.
Eu lhes agradeço pelo exemplo que me deram hoje, e espero ouvir ainda muitos outros exemplos amanhã.
Obrigado.