Nós somos chamados com o nome dEle
EditorialPropomos a todos a mensagem de saudação que monsenhor Luigi Giussani enviou aos responsáveis de Comunhão e Libertação por ocasião do início de ano social na Itália
“Tu estás em nosso meio, Senhor, e teu nome é invocado sobre nós. Não nos abandones!” (Jr 14, 9).
Neste mundo, histórico, no qual todo homem é invadido de forma persuasiva, em todas as ocasiões, pela falsa liberdade das opiniões, mesmo contra as evidências mais permanentes, e pela ausência total de dignidade para consigo mesmo e nos relacionamentos com todos, e por isso em última instância por uma última “insipidez” do ser e do agir, a frase de Jeremias, nas Completas - como ontem à noite -, a cada dia nos alerta para o objetivo pelo qual toda a nossa vida, na sociedade em que temos de viver, encontra sua verdade, que permanece fortemente em qualquer contingência... “Tu estás em nosso meio, Senhor...”.
Todo empenho de si, sacrifício e satisfação, nasce da consciência desta misteriosa Presença. Por isso, todo juízo sobre a humanidade dos poderes e dos ajuntamentos humanos tem como objetivo a glória, no tempo e no espaço, do homem Jesus de Nazaré.
Nós somos chamados com o nome dEle.
Nesta cultura completamente inimiga de todo o passado, todos nós temos uma missão. É um convite que alcança a cada um de nós, em cada família, em cada povoado, em cada cidade e em cada nação. Portanto, neste mundo que não O reconhece, até chegar a negá-Lo, nós nascemos e crescemos participando da mesma mentalidade do mundo: na consciência que concebe dia após dia o próprio jeito de viver, nos juízos que marcam o caminho, na dedicação operosa que colabora com o Mistério criador e redentor.
Como nos parece distraído e difícil tudo isso!
Todas as noites, como também toda assembléia sincera, denunciam esta dificuldade do caminhar.
Mas a vida da Igreja ao longo dos milênios, a cada dia, em cada situação humana repete, desafiando a aparência da morte, ou seja, da corrupção de todas as coisas: “Eu vivo, mas já não sou eu, é Cristo que vive presente em mim. Minha vida presente na carne, eu vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim” (Gl 2, 20).
Mendigando junto a Cristo, como dissemos em Roma no dia 30 de maio, na presença de Maria, mãe dEle e nossa, retomamos o caminho; porque “se não fosse teu, meu Cristo, me sentiria criatura finita” (S. Gregório Nazianzeno).