O acidente do Aeroporto de Congonhas questiona minha vida
Na noite de 17 de julho de 2007, um avião da TAM não conseguiu pousar no aeroporto de Congonhas e ultrapassou a pista chocando-se em um prédio. Não houve sobreviventes e o acidente deixou 199 mortos, chocando o país. Alguns dias depois o Movimento divulgou este panfleto:
Diante do acidente a primeira coisa a fazer é parar em silêncio e, como disse o Papa em seu telegrama, compartilhar a dor de tantas famílias atingidas.
Mesmo que eu não esteja envolvido pessoalmente, esta circunstância grita por um significado. Isto é, se eu não me coloco a pergunta sobre o sentido da vida, eles para mim morreram em vão.
O que mais impressiona hoje é a indiferença das pessoas e sobretudo dos jovens, como se fosse possível acostumar-se com o mal, ou anestesiar-se diante dele. Como se não fosse responsabilidade pessoal e política de cada um de nós colocar-se diante do que acontece.
A tentação é aquela de censurar o fato acontecido colocando-se logo a pergunta sobre quem é o culpado. Como se aquilo que aconteceu não tivesse a ver comigo.
Não vamos nos enganar, a nossa vida é frágil! O velho ditado “ninguém morre na véspera” é sábio pois a história de cada pessoa é única e misteriosa. De fato não é possível pensar que a vida humana esteja apenas à mercê da fatalidade do acaso ou do descaso de um governo!
Portanto, constatar a fragilidade da vida humana nos coloca perguntas fundamentais: “por que acontecem estas coisas?”, “qual o significado do viver e do morrer?”. Abafar estas perguntas é renunciar à própria humanidade, mesmo quando a resposta é misteriosa.
Por isso convidamos todos a rezar pelas vítimas do acidente aéreo, pelos seus familiares e também pelo país e pelo povo brasileiro para que não domine o cinismo e a indiferença.
Exigimos também, do poder público, a garantia do bem comum e do cuidado com a vida humana. Que Nossa Senhora Aparecida cuide do Brasil.
Comunhão e Libertação - Brasil
Julho de 2007