«Vou contar como a fé salvou a minha vida»

Num arco de poucos meses, Jacopo perdeu o avô e a mãe. As seguranças desabaram do dia para a noite. No entanto, no funeral dela, ele percebe um amor excepcional: o dos seus amigos. Hoje ele diz: «O meu coração está ainda mais aceso»

Estes últimos meses foram os mais duros da minha vida. Em fevereiro perdi o meu avô e alguns meses depois perdi a minha mãe. A minha vida inteira ficou devastada. Eu vi os pequenos muros da minha segurança desabar até virar pó, e desaparecer. No entanto, no funeral da minha mãe, eu percebi um amor maior do que eu. Um amor imerecido. Imerecido e, portanto, excepcional. Os meus amigos dos Colegiais (e não) me mostraram um afeto gigantesco. Todo o mundo tinha se movido por mim, por minha mãe, por meu avô, de tanta certeza que eu tinha – e fico ainda mais convencido toda vez que me perguntam – de que existe um sentido. Tem que existir um sentido. E a minha vida tem sentido na contínua busca pelo sentido. Sem sentido a vida não é.

«Tudo isso tem sentido», disse minha mãe a uma amiga sua antes de morrer. Sim, olhando os meus amigos nos olhos vejo que existe um sentido. E o meu coração está ainda mais aceso do que quando encontrou o Movimento pela primeira vez.

Muitas vezes é difícil seguir em frente, mas todo dia me parece que há algo pelo qual vale a pena viver. Estou convencido. Estou completamente apaixonado pela vida. Sinto uma vontade de viver, de correr, de pular e de fazer. Como minha mãe queria que eu tivesse. Com certeza ela continua agindo no meu mundo e nos outros. E Deus sabe que é o que eu preciso, eu que sou um homenzinho que nem mantém a fé nas promessas e se sente tão incapaz de conseguir restituir tudo o que lhe foi dado. Incapaz de amar até o fundo, tendo até medo de decepcionar as pessoas com quem tanto se importa. Mas esta consciência não me detém, e vou continuar contando a história de como a fé salvou a minha vida. Desde o primeiro convite para os Colegiais, até o caminho que fiz nestes três anos.

Jacopo, Milão