Chicago (Foto: Richard Tao/Unsplash)

Chicago. Cantar juntos de novo

Sally nasceu numa família de músicos. Mas foi cantando com os amigos dos Colegiais que descobriu algo que a conquistou. Hoje, com um grupo de amigos, se reúne a cada duas semanas para os ensaios do coro. Saiba por quê

Desde o início de setembro de 2021, um grupo de amigos de Chicago se reúne regularmente a fim de preparar cantos para a comunidade de CL, para eventos como o Dia de Início de Ano, o retiro de Advento e reuniões menores e informais. Este fato simples, embora aparentemente não seja nada excepcional, encheu a muitos de nós de gratidão e de um grande desejo de beleza.

Pessoalmente eu estendi a todos os amigos de Chicago o convite a participarem do trabalho para se empenharem em primeira pessoa na preparação das músicas e proporem o canto à comunidade inteira. Meu caminho pessoal no Movimento começou depois de ter visto o jeito de estarem juntos, a liberdade e a beleza absoluta de um grupo de rapazes dos Colegiais que cantavam juntos durante a peregrinação de 2005 a Colonia.

Sendo filha de um músico, estudei música por anos e desde pequena pude assistir às brilhantes apresentações de cantores profissionais. No entanto, foi ao ouvir aquelas vozes jovens que aprendiam a se mesclar dentro de um ônibus que percebi de verdade que o canto é aquilo que – como eu aprenderia mais tarde – Dom Giussani chamava de “a mais alta expressão do coração humano. Desde então, fiz música junto com muitos amigos da comunidade, cantando em coros e com grupos pequenos, e agradeci bastante pelo dom que representa para uma comunidade ou para um momento de convivência o fato de alguém saber cantar ou tocar um instrumento. Contudo, com o passar do tempo, eu também notei como é fácil que essa bela ocasião de fazer música vire simplesmente mais uma tarefa para cumprir, algo que fazemos por inércia; que nos gestos do Movimento estão previstos momentos de música, mas dos quais ninguém espera realmente nada.

Depois de um ano e maio de pandemia, muitos de nós passaram a desejar momentos em comum, e pensei no meu encontro com o Movimento e na experiência de unidade produzida pelo cantar com e para os outros. O desejo de cantar surgiu imediatamente como resposta à consciência de pertencer a um povo que continua sendo uma Presença para mim, assim como meus filhos começam a cantar espontaneamente quando brincam juntos em casa. Fiquei feliz em descobrir que outras pessoas de Chicago, que cantam e tocam, compartilham o meu desejo, em particular a Roberta, que aceitou a responsabilidade de reger o coro. Desde então, nos encontramos uma ou duas vezes ao mês para aprender novas peças polifônicas, cantos populares e cantos tradicionais de Natal. Vários de nós fazem música há anos, outros estão começando agora pela primeira vez, e até um dos bispos auxiliares de Chicago pediu para participar. Queremos mesmo cuidar do canto como momento de beleza, educação e relação. Assim esperamos também que o canto seja cada vez mais central na vida da nossa comunidade, e um momento precioso nos momentos em que estamos juntos.

Sally, Chicago (Estados Unidos)