Julián Carrón é recebido pelo Papa Francisco

Julián Carrón recebido em audiência pelo Papa Francisco

O presidente de Comunhão e Libertação explica ao VaticanNews os temas do diálogo: «Encorajou-nos a continuar com o nosso empenho, porque o considera muito importante neste momento particular, em que os jovens vivem numa “sociedade líquida”»
Adriana Masotti

Audiência na manhã de sexta-feira 2 de dezembro, do Papa Francisco com o presidente da Fraternidade de Comunhão e Libertação, uma das realidades eclesiais pós-conciliares mais difundidas na Igreja na Itália e no mundo. Depois de Dom Luigi Giussani, fundador de CL nos anos 60, quem conduz a Fraternidade desde 2005 é o sacerdote e teólogo espanhol Julián Carrón. No final do encontro, Pe. Carrón nos conta como correu a conversa com o Papa e quais foram os temas que discutiram juntos. «Era simplesmente um desejo que eu tinha: o de poder compartilhar com o Papa as etapas e o caminho que fizemos depois da audiência que tivemos com ele na Praça de São Pedro; com algumas sugestões para o nosso caminho, junto com aquela carta sobre a pobreza que ele tinha nos enviado; e que passos nos empenhamos em dar para segui-lo, com muitas iniciativas que tomamos nesse sentido. Foi simplesmente uma partilha desses pontos, além do Sínodo dos Jovens, que nos é muito caro, porque é uma preocupação nossa, assim como vi que é uma preocupação do Papa: o desejo de ouvir os jovens e de estar verdadeiramente disponíveis para um diálogo aberto com eles».

O Papa lhes pediu, recomendou algo enquanto Fraternidade de Comunhão e Libertação?
Não, simplesmente me agradeceu por tudo o que lhe contei sobre as iniciativas de resposta às necessidade dos imigrantes, ou no acompanhamento dos jovens, e a nossa preocupação no que diz respeito à educação dos jovens. Encorajou-nos a continuar com o nosso empenho, porque o considera muito importante neste momento particular, em que os jovens vivem numa “sociedade líquida”, para que possam encontrar pontos de referência que os acompanhem no seu caminho.

Qual é a contribuição que o magistério do Papa Francisco está dando a Comunhão e Libertação? Sabemos que também os movimentos e as associações na Igreja “são eco” de tudo o que acontece na Igreja universal e, portanto, também das indicações que o Papa oferece…
Parece-me que a maior contribuição é tornar-nos conscientes desta mudança de época, que lança um desafio a todos nós: o de ver as formas concretas com que a Igreja se posiciona hoje diante do mundo e dos desafios que nos dizem respeito a todos. Tudo isto com o seu incentivo constante para sairmos e entrarmos em relação com os outros, e levarmos este olhar cheio de ternura e de misericórdia, que Cristo nos trouxe na história, e cuidarmos das necessidades dos homens. E nós sentimos isso como algo de particularmente significativo também para nós, uma vez que isso também faz parte do nosso DNA.

Antes o senhor se referia ao acolhimento e aos jovens: quer nos dar apenas alguns exemplos das fronteiras em que vocês estão particularmente empenhados hoje em dia?
O nosso empenho é acima de tudo com os jovens, porque nós consideramos que essa é uma fronteira fundamental para todos. E é, portanto, onde cada um de nós e toda a Igreja verifica se a proposta que o cristianismo faz ao homem moderno tem lugar no coração dos jovens, e se tem lugar quando é proposta e encontrada como uma experiência que tem a ver com a vida, as necessidades, a solidão e os incômodos que eles carregam. Esta é, para nós, uma verificação da fé. A outra frente é todo o grande mar de necessidades da sociedade de agora: nós queremos realmente responder a isso com muitas iniciativas: do Banco Alimentar ao acompanhamento, por exemplo, dos jovens que têm dificuldades no estudo, ou ainda dos presos e das pessoas que vivem nas grandes cidades da América Latina e têm enormes necessidades. Podemos colocar ali uma pequena semente, e para nós esta novidade cristã é fundamental.

de www.vaticannews.va