Uma multidão de amigos
Oito times, divididos em Capitães, Comandantes e Guardiões. Novecentos jovens do grupo dos colegiais da Itália se encontraram em Legnano para uma grande caça ao tesouro. E porque queriam “terminar o ano de um modo que nos lembre a beleza da vida””Acabou!”. É o grito pronto para ecoar, em breve, na saída das escolas italianas. Uma libertação; uma explosão… E ainda para tantos de nós, “mesmo emaranhados nas mudanças dos estados de ânimo, confusos nas reações”, não é assim. “O gesto que fizemos não é pela conclusão do período escolar, mas um gesto de agradecimento e pedido. Em um momento em que parece prevalecer o lamento, o remorso pelo que não foi feito ou o desabafo para uma libertação não se sabe do que, nós queremos agradecer pelo que Deus nos deu para viver, mesmo pelas dificuldades, que nos permitiram ser mais verdadeiros e conscientes do que somos e do que queremos”. São as palavras com as quais Alberto Bonfanti concluiu a festa de fim de ano que os jovens dos colegiais de CL da região italiana da Lombardia fizeram no sábado, dia 1º de junho, no Castello di Legnano. A festa foi nomeada: “A aventura da vida: um ímpeto sem trégua”.
Dezenas de jovens e professores, em meio ao cansaço das últimas – e muitas vezes decisivas – provas, se encontraram previamente durante semanas para organizar as brincadeiras, e todo o grupo dos colegiais de Legnano se comprometeu na preparação e na acolhida. Novecentos jovens, provenientes de toda a Lombardia, de ônibus e trem, marcaram encontro no Castello Visconteo de Legnano na tarde de sábado.
A divisão em oito times, a entrada no Castello acompanhados dos trompetistas oficiais do Palio (a tradicional corrida de cavalos de Siena) e a abertura das brincadeiras: uma grande caça ao tesouro pelas ruas da cidade para poder comunicar a todos a beleza encontrada na experiência dos colegiais. Cada time se dividiu em Capitães, para competir com provas físicas; em Comandantes para relembrar, através das provas de adivinhação, a beleza dos lugares históricos de Legnano; por fim, em Guardiões, para competir sobre a cultura.
Durante a brincadeira aconteceram diversos encontros. Como aconteceu com aquele grupo de jovens parados por um casal: “Quem são vocês?”. “Somos amigos”, é a primeira resposta um pouco tímida e incerta. “Bem, mas tão numerosos?”. “É sim, viemos de toda a Lombardia”. “Mas como fazem para serem amigos sendo tantos assim?”, insiste a senhora. Não dá mais para oscilar: “Somos um grupo de colegiais e queremos terminar o semestre de um modo que nos lembre da beleza da vida”. Assim a senhora também não pôde mais se segurar: “Que belo!”, exclama comovida.
Duas horas intensas de brincadeiras e o reencontro para a missa, o jantar – com belos banquetes preparados por cada time – e a noite de cantos. Aqueles cantos, todos juntos ou apenas para serem ouvidos, que o prefeito da cidade, vindo cumprimentar os jovens, quis ouvir comovido como presente a si. Aqueles cantos de novecentos jovens concentrados provocou a surpresa de como tudo possa ser abraçado por uma beleza presente. E, no encerramento, as paródias encenadas: dez belíssimos minutos nos quais foram revividos de modo divertido o caminho desse ano. Aqueles cantos que se fizeram pedido a fim de que o tempo que está se abrindo à frente, o das férias, possa realmente ser o tempo da liberdade.
”É bela a estrada”, concluiu Alberto. “Com o desejo de descobrir sempre aquilo que já nos espera, aquilo que nos precede sempre, como nos disse o Papa Francisco, nos desejemos boas férias”.