Papa Francisco: Que o documento final do Sínodo trabalhe nos nossos corações
As palavras do Pontífice ao término da assembleia dos bispos: «O documento é para nós, principalmente. Sim, ajudará a muitos outros, mas os primeiros destinatários somos nós: é o Espírito que fez tudo isto»Eu também tenho de dizer obrigado, a todos. Ao cardeal Baldisseri, a dom Fabene, aos presidentes delegados, ao relator, aos secretários especiais – eu disse que “tinham deixado a pele” no documento preparatório: agora acredito que tenham nos deixado também os ossos, porque perderam tudo! –; obrigado aos especialistas: vimos como se passa de um texto mártir a uma comissão mártir, a de redação, que fez isto com muito esforço e muita penitência. Obrigado. E obrigado a todos vocês, os ouvintes, e entre os ouvintes especialmente os jovens, que nos trouxeram a sua música aqui na Sala – “música” é a palavra diplomática para dizer barulho, mas é assim... Obrigado.
Duas coisinhas que considero importante. Primeira: afirmar mais uma vez que o Sínodo não é um parlamento. É um espaço protegido para que o Espírito Santo possa agir. Por isso, as informações que se dão são gerais e não são as coisas mais particulares, os nomes, o modo de dizer as coisas, com as quais o Espírito Santo trabalha em nós. E este foi um espaço protegido. Não esqueçamos isto: foi o Espírito quem trabalhou aqui. Segunda coisa: o resultado do Sínodo não é um documento, eu disse no início. Estamos cheios de documentos. Eu não sei se este documento vai ter algum efeito lá fora, não sei. Mas tenho certeza de que deve tê-lo em nós, deve trabalhar em nós. Nós fizemos o documento, a comissão; nós o estudamos, o aprovamos. Agora o Espírito nos dá o documento parra que trabalhe no nosso coração. Somos nós os destinatários do documento, não as pessoas de fora. Que este documento trabalhe; e é preciso rezar com o documento estudá-lo, pedir luz... O documento é para nós, principalmente. Sim, ajudará a muitos outros, mas os primeiros destinatários somos nós: é o Espírito que fez tudo isto, e volta para nós. Não podemos esquecer isto, por favor.
E uma terceira coisa: penso na nossa Mãe, a Santa Mãe greja. Os últimos três números sobre a santidade [no documento] mostram o que é a Igreja: a nossa Mãe é Santa, mas nós filhos somos pecadores. Somos todos pecadores. Não esqueçamos aquela expressão dos Padres, a “casta meretrix”, a Igreja santa, a Mãe santa com filhos pecadores. E por causa dos nossos pecados, o Grande Acusador sempre se aproveita disso, como diz o primeiro capítulo de Jó: anda, anda pela Terra procurando a quem acusar. Nesse momento está nos acusando fortemente, e essa acusação torna-se também perseguição; pode dizê-lo o presidente de hoje [o Patriarca Sako]: o seu povo [a Igreja no Iraque] é perseguido e assim muitos outros do Oriente ou de outras regiões. E torna-se também um outro tipo de perseguição: acusações contínuas para sujar a Igreja. Mas a Igreja não pode ficar suja; os filhos sim, todos somos sujos, mas a Mãe não. E por isso é o momento de defender a Mãe, e a Mãe é defendida do Grande Acusador com a oração e a penitência. Por isso pedi, neste mês que vai acabar em poucos dias, que rezem o Rosário, rezem a São Miguel Arcanjo, rezem a Nossa Senhora para que cubra sempre a Mãe Igreja. Continuemos fazendo isso. É um momento difícil, porque o Acusador, ao nos atacar, ataca a Mãe, mas a Mãe não pode ser tocada; Queria dizer isto de coração no fim do Sínodo.
E agora, o Espírito Santo nos presenteia com este documento a todos nós, também a mim, para refletirmos sobre o que quer nos dizer. Muito obrigado a todos, obrigado a todos!