Santo Padre, somos infinitamente gratos a Vossa Santidade por ter aceitado receber o nosso povo nesta belíssima praça, que nos remete a tantos encontros vividos com os papas, desde São Paulo VI até João Paulo II, Bento XVI e Vossa Santidade, Papa Francisco.

Na audiência que nos concedeu no dia 7 de março de 2015, depois de ter agradecido a Dom Giussani o bem que tinha recebido pelas meditações dos escritos dele, Vossa Santidade nos recomendou não sermos «adoradores das cinzas dele, mas mantermos vivo o seu fogo». Dom Giussani realmente acendeu um fogo na vida de milhares de homens e mulheres, transmitiu o fogo que é o Espírito Santo, fogo de conhecimento de Cristo e do homem. Esse fogo ainda está vivo mesmo à distância de 17 anos da sua morte, como nos vão relatar, ao fim desta minha saudação, duas experiências que escolhemos dentre tantas.

Vossa Santidade, Padre Santo, não se limitou a uma recomendação, mas nos ajudou nestes últimos anos, principalmente por meio do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida – ao qual agradecemos o acompanhamento paciente e paterno –, a imaginarmos e empreendermos um novo ímpeto missionário, uma nova página de vida da nossa história. Na qualidade de Presidente da Fraternidade, desejo garantir-lhe, Padre Santo, que, junto com os demais responsáveis e com todo o Movimento, estamos seguindo com muita atenção as indicações da Santa Sé, para que o carisma que o Espírito Santo deu a Dom Giussani para o bem da Igreja inteira produza sempre novos frutos. E hoje, cheios de gratidão e de alegria pelo seu convite, estamos aqui a perguntar-lhe como podemos contribuir ainda mais para a renovação que a Igreja vem realizando sob a sua condução paternal.

Estamos no ano do Centenário do nascimento de Dom Giussani. Esta ocasião suscitou muitas iniciativas, promovidas com o intuito de ampliar a nossa atenção até as periferias do mundo e da alma a que Vossa Santidade nos encaminhou. É verdade, há muita desolação, muitos dramas no coração dos homens e, ao mesmo tempo, uma infinita espera por Cristo, consciente ou não, que revela a razão profunda pela qual o Senhor quis dar a toda a Igreja, em Dom Giussani, uma testemunha da sede de Cristo pelo homem e da sede do homem por Cristo. Exatamente nesta praça, na ocasião do primeiro encontro mundial dos movimentos eclesiais no Pentecostes de 1998, Dom Giussani concluiu assim o seu discurso perante João Paulo II: «O verdadeiro protagonista da história é o mendicante: Cristo mendicante do coração do homem e o coração do homem mendicante de Cristo».
Os dois testemunhos que agora seguem pretendem ser um sinal da vitalidade daquilo que Dom Giussani gerou com seu sim total a Cristo.

Obrigado, Santo Padre, mais uma vez, pela sua paternidade, pelo seu acolhimento, pelas palavras que quer nos dirigir e pela sua bênção.


A declaração após a audiência:

«A audiência de hoje com o Papa Francisco pelo Centenário de Dom Giussani foi para o Movimento de CL um grande dom e uma grande festa. Estamos verdadeiramente agradecidos ao Santo Padre por suas palavras de enorme afeto e de sentido reconhecimento do bem que Dom Giussani fez ao próprio Papa, à Igreja e ao mundo.
Seu chamado paterno à unidade da nossa companhia e para contribuirmos ainda mais para mostrar «o caráter atraente e de novidade do cristianismo» é para nós um novo ponto de partida. Sentimos como realmente decisivo o seu convite para «cuidarmos do dom precioso do […] carisma e da Fraternidade que o guarda, pois ele pode fazer com que muitas vidas ainda floresçam». E principalmente o chamado para o ajudarmos no seu compromisso pela paz.
O Santo Padre nos tornou hoje ainda mais conscientes de que somos acompanhados pelo abraço materno e amoroso da Igreja e voltou a despertar com força o nosso desejo de viver este momento da nossa história como a ocasião para cada um de nós crescer e para que “o carisma que Dom Giussani vos entregou chegue a novas pessoas e novos ambientes”.»#100Audiência