Dom Giussani em Riccione em 1973 (Foto: Fraternidade de CL)

Dom Giussani: o procedimento da Causa de Beatificação

No site da Igreja de Milão, Dom Ennio Apeciti, responsável pelo Serviço diocesano para as Causas dos Santos, explica o processo rumo aos altares do fundador de CL
Annamaria Braccini

No dia 9 de maio próximo, iniciará a fase testemunhal do processo de beatificação do Servo de Deus monsenhor Luigi Giussani. Este é o anúncio que foi comunicado pela Arquidiocese de Milão e retransmitido alguns minutos depois pela Sala de Imprensa de Comunhão e Libertação.
Perguntamos a Dom Ennio Apeciti – responsável pelo Serviço diocesano para as Causas dos Santos e delegado arquiepiscopal para a Causa de beatificação do fundador do Movimento e da Fraternidade de CL – o que isso significa e como chegamos a este importante segundo momento do processo de dom Gius rumo aos altares.
«Depois de ter, já durante 12 anos, trabalhado na coleta da imensa documentação relativa a Giussani, agora trata-se de completar o percurso através do confronto, como exige a normativa, com o povo de Deus. Assim, recolhendo o testemunho de um grupo de pessoas que possam confirmar ou adicionar o que a documentação já nos ofereceu», explica Apeciti.

O primeiro anúncio veio da Diocese de Milão porque este novo passo está se realizando no contexto, ainda, da fase diocesana do processo?
Exato, porque o processo nasceu em Milão quando, 12 anos atrás, foi aceito o convite do então arcebispo, o cardeal Angelo Scola, que fez o anúncio público na catedral em 22 de fevereiro de 2012, sétimo aniversário da morte do Servo de Deus e 30º do reconhecimento da Fraternidade de Comunhão e Libertação. Um processo, então, que continuou com o episcopado de Dom Delpini, chegando ao ponto atual.

Dom Ennio Apeciti (Foto: Meeting Rimini)

O Arcebispo iniciará a fase testemunhal na basílica de Santo Ambrósio em 9 de maio. Há um motivo específico para a escolha da data e do local?
Sim. Decidimos que a celebração ocorresse no dia da Ascensão porque, ao ler os escritos do Servo de Deus, encontramos várias referências a esta solenidade que o entusiasmava. Então, optou-se pela basílica de Santo Ambrósio porque todo padre ambrosiano se refere à exemplaridade do maior santo padroeiro da nossa Igreja e porque é uma igreja adjacente à Universidade Católica, onde Giussani foi professor, sendo ele e o Movimento muito ligados à Universidade.

Como será a celebração do dia 9 de maio?
Será um momento de oração, pois se trata, de qualquer forma, de um ato eclesiástico. Celebraremos as Vésperas e, antes do Magnificat, o Arcebispo falará e se iniciará a parte jurídica com o juramento, a delegação aos membros do tribunal e a leitura de atas. Instituída e iniciada canonicamente a nova fase da Causa, será belo cantar todos juntos o Magnificat como hino de louvor e agradecimento.

Já há uma previsão de quanto pode durar a fase testemunhal?
Após a fase documental, que necessariamente foi muito prolongada, tendo de examinar dezenas de milhares de páginas de escritos, gostaríamos de limitar a duração desta investigação aprofundada de confirmação do que já surgiu. Portanto, reduziremos as audiências ao número que a Congregação para as Causas dos Santos aconselha e que normalmente se realiza ouvindo 50-60 testemunhas. Previsivelmente, portanto, um período de cerca de um ano e meio, mas, como é óbvio, tudo dependerá da riqueza dos testemunhos.

Como procederá a Causa subsequentemente?
Uma vez coletado o material documentário e as testemunhas, podemos passar para a terceira fase, a chamada do milagre, ou seja, estudar e aprofundar se, entre as muitas graças que ele já concedeu a quem reza para ele, há alguma que possa ser definida e identificada como um milagre.

Como se realizarão as audiências dos testemunhos? Serão privadas e diante de uma comissão?
São reservadas, ninguém pode ser admitido exceto eu como delegado arquiepiscopal e o notário que garante a correção e a validação do procedimento. Nós poderemos, eventualmente, informar o postulador.

Qual é o perfil dos testemunhos? E vocês já os escolheram?
De acordo com as diretrizes da Santa Sé, devem representar as várias faces da Igreja; portanto, teremos padres, alguns bispos, consagrados e consagradas e o laicato. Não apenas pessoas de idade, considerando que Giussani morreu em 2005, mas também jovens que podem dizer como monsenhor Giussani lhes indicou um caminho exemplar de testemunho.

Haverá uma devolução pública da fase testemunhal?
A documentação coletada será entregue à Santa Sé, que decidirá. O Santo Padre é o único juiz que, no final, mesmo consultando outros, verificará se há elementos – através dos que nós coletamos – pelos quais se possa proceder na Causa.


de www.chiesadimilano.it