Fé e Solidão

Que quer dizer realmente “estar sozinho”? E como é possível viver a “finita infinitude” que somos? A fala do presidente da Fraternidade de CL no congresso “Inimiga solidão" (Florença, 16 de novembro de 2019). Prévia da Revista Passos de março/2020
Julián Carrón

A solidão é um fenômeno de inúmeras facetas, que sem dúvida serão abordadas proficuamente neste congresso. A definição mesma de solidão que consta do programa já atesta a variedade de significados que a palavra pode assumir: a solidão é “definida como a sensação subjetiva da falta de um apoio no momento da necessidade. [...] A solidão [...] exerce uma influência negativa na saúde” (do site nemicasolitudine2019.com). Mas, muito embora possa ser entendida assim, resta aberta a pergunta sobre a natureza da “necessidade” e da “falta” que provoca a solidão.
Veem-me à mente os versos do poeta Mario Luzi:

De que é falta esta falta,
coração,
de que de repente te enches?
De quê? Rompido o dique,
inunda-te e te submerge
a cheia da tua indigência...
Vem,
talvez venha,
de além de ti
um chamado
que agora, por agonizares, não escutas.
Mas existe, a música perpétua
preserva sua força e canto... Voltará.
Tende calma


(Sotto specie umana, Milão: Garzanti, 1999, p. 190)

A interrogação do poeta agrava a urgência de compreender a fundo a natureza da solidão.
No contexto de um congresso que pretende oferecer, como se lê no programa, “um panorama das principais causas que determinam hoje a solidão das pessoas de toda e qualquer idade, particularmente as idosas”, pediram-me que falasse de “fé e solidão”. Mas para indicar a contribuição que a fé pode dar, antes é preciso identificar com precisão em que consiste a solidão humana, que nas pessoas idosas adquire uma dramaticidade particular. (...)

*O texto completo também foi publicado na edição brasileira da Revista Passos de março 2020.


Ouça este artigo completo:
Conferência "Fé e Solidão", de Julián Carrón - MP3
Pontos 1 e 2
Conferência "Fé e Solidão", de Julián Carrón - MP3
Pontos 3 e 4

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