O título, “Sem maravilhamento, ficamos surdos ao sublime”, revelou-se particularmente precioso para refletir sobre os motivos de um renovado compromisso pessoal e social. A mensagem do Papa Francisco foi um grande encorajamento para compreender que é justamente «maravilhamento o que põe e torna a pôr em movimento a vida, permitindo-lhe retomar em qualquer circunstância» e que dá «a força para enfrentar incômodos e dificuldades». O presidente da CEI, Cardeal Gualtiero Bassetti, agradeceu os organizadores por terem realizado o Meeting também este ano e convidou os participantes a serem «profetas da maravilha e da esperança». Em sua fala sobre o título da feira, o constitucionalista Joseph Weiler lembrou que o humano mesmo é fonte surpreendente de maravilha, mesmo quando é desafiado por eventos dramáticos ou desumanos. Uma palavra chave do Meeting perante a situação dramática que estamos atravessando foi «esperança»: a contribuição de Pe. Julián Carrón, presidente da Fraternidade de CL, foi ao coração dessa experiência, indagando-lhe a origem e as razões.

A atenção aos jovens caracterizou não só os encontros sobre escola e educação, mas também os sobre economia e bem-estar. Do discurso inaugural de Mario Draghi (ex-presidente do BCE) à fala do Nobel Muhammad Yunus, muitos convidados ressaltaram a importância de uma responsabilidade compartilhada para criar um futuro diferente com um ordenamento político competente e corajoso. Num ciclo dedicado ao nexo entre sustentabilidade e subsidiariedade, discutiram-se temáticas decisivas ligadas à economia, à mobilidade e ao desenvolvimento das cidades.

A mensagem do presidente da República, Sergio Mattarella, destacou incisivamente a necessidade de uma reconstrução com «profunda idealidade, ampla visão e grande concretude», uma necessidade que se evidenciou em discussões abertas sobre o futuro da democracia, sobre o sentido do Parlamento, sobre a relação Estado-Regiões e, ao mesmo tempo, em encontros mais focados nas reformas dos sistemas de saúde e do bem-estar. A ênfase do presidente Mattarella na mudança da União Europeia como «premissa de uma retomada da Itália» também foi acolhida nos debates sobre o uso do Fundo de Recuperação – Next Generation EU –, principalmente nas falas do presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, e do comissário europeu da Economia, Paolo Gentiloni.

Intelectuais, escritores e cientistas de fama mundial mostraram que o maravilhamento e a gratidão pela beleza da realidade nos permitem captar os significados mais profundos da nossa existência e enriquecer a busca pelo bem.
E se as regras anti-covid permitiram que apenas um número limitado de pessoas participasse de alguns encontros, os conteúdos acessíveis nas plataformas digitais do Meeting e das mídias parceiras registraram até hoje mais de um milhão de acessos com visualizações on demand em constante crescimento e sempre à disposição de todos.

Vários eventos do programa foram projetadas em 130 praças na Itália e em outros 25 países, onde os “embaixadores” do Meeting organizaram noites e eventos. Um agradecimento particular vai aos voluntários em Rímini e a todos os que organizaram as praças, aos palestrantes, aos técnicos, aos parceiros e aos apoiadores. Todos se comprometeram com paixão, responsabilidade e criatividade. Este Meeting demonstrou que cada um de nós, a própria Itália, pode retomar positivamente, mesmo no respeito integral às regras que a circunstância da covid nos impõe. A edição especial de 2020 concluiu-se com os testemunhos de quatro mulheres que, em quatro cantos do mundo, enfrentam situações muitas vezes desumanas com «uma esperança que não decepciona», uma ponte lançada para a próxima edição (a 42ª), que ocorrerá de 20 a 25 de agosto de 2021 em Rímini; o título será A coragem de dizer “eu”.
#MeetingdeRímini