Pigi Bernareggi. A mensagem de Carrón
«Sempre seguiu o método suave de Deus. Quantos frutos produziu a sua disponibilidade em seguir esse método!» As palavras do responsável de CL pela morte do missionário italiano no Brasil«O eu novo nasce do gesto de eleição de Cristo que o insere na companhia humana gerada por Seu Espírito, na Igreja. Essa eleição assume sempre uma forma histórica concreta» (L. Giussani; S. Alberto; J. Prades, Deixar marcas na história do mundo, São Paulo: Cia. Ilimitada, 2019, p. 105).
Queridos amigos, estas palavras da Escola de Comunidade que acabamos de estudar descrevem a vida de Pe. Pigi Bernareggi, inteiramente vivida no seio da forma histórica concreta que é o carisma e inteiramente marcada por duas fidelidades. Primeiramente a de Deus, que o escolheu para fazer avançar o Seu desígnio de salvação e jamais o abandonou. E em segundo lugar a de Pigi, que reconheceu e seguiu o chamado do Mistério, que o alcançou em 1954 numa sala de aula do Liceu Berchet de Milão com o sotaque inconfundível de Dom Giussani. Por toda a sua vida ele se lembrou daquele que foi seu “belo dia”: «Como um furacão, ele entrou na nossa vida – e já ficamos esperando a aula seguinte». Por quê? «Ele exigia de nós um uso novo da razão: já não aplicada em formular esquemas e catalogar conceitos, mas aberta à descoberta do mistério do ser, à transparência do sentido último da experiência humana».
Por meio de Dom Giussani, o cristianismo irrompeu na sua vida como um acontecimento presente: «Aquilo que eu recebi em GS foi a certeza da presença de Cristo em tudo, sempre, custe o que custar, doa a quem doer. Presença de Cristo no instante que passa, porque se não for no instante que passa não é em tudo, será um esquema teórico ao qual você fará referência de vez em quando, uma espécie de refúgio (ou retiro espiritual). A grande descoberta que fizemos em GS com meus amigos era que a substância do instante que passa é a presença de Cristo. Se não for do instante que passa, não é de nada». Pigi nos lembra que Cristo é algo que nos acontece agora. Esta é sua maior herança.
Por isso, seu lema sacerdotal era: «Nada, absolutamente, antepor a Cristo» (São Cipriano). Esta consciência fez dele um protagonista no testemunho diário entre o povo da periferia de Belo Horizonte. Nunca seguindo outro caminho, nem sequer quando teve de atravessar os vales escuros da solidão e da doença. Sempre seguiu o método suave de Deus. Quantos frutos produziu a sua disponibilidade em seguir esse método!
Numa carta de 1999 a Rosetta – que compartilhou com Pigi a aventura brasileira até o último dia –, Dom Giussani falava dele como «o maior nome dentre os nossos missionários. Mas Pigi também foi um gerador dos inícios mais remotos do Movimento; Pigi, para mim, encarna o ideal do nosso Movimento, na medida em que faz com que CRISTO reviva hoje, assim como o viam Pedro e João ontem».
Peçamos que o ideal encarnado por Pigi inunde a nossa vida, de modo que, também para cada um de nós, se torne cada vez mais uma experiência diária aquilo que Pedro e João viveram, e Pigi junto com eles: «Tenho certeza de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem o presente, nem o futuro, nem as potestades, nem a altura, nem a profundeza, nem outra criatura qualquer será capaz de nos separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor» (Rm 8,38-39).
Afetuosamente, vosso
padre Julián Carrón
Milão, 23 de janeiro de 2021
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Mensagem pela morte de Pigi Bernareggi
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Mensagem pela morte de Pigi Bernareggi
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