Parolin: «As razões do acordo com a China»

A notícia veio sábado passado: a assinatura de um acordo com Pequim sobre a nomeação dos bispos. Nas palavras do Secretário de Estado do Vaticano, a satisfação e a confiança por um passo rumo à «consolidação de um horizonte de paz»

«A assinatura de um Acordo Provisório entre a Santa Sé e a República Popular da China sobre a nomeação dos bispos é de grande importância, especialmente para a vida da Igreja Católica na China e para o diálogo entre a Santa Sé e as Autoridades civis daquele país, mas também para a consolidação de um horizonte internacional de paz, neste momento em que vivemos tantas tensões em nível mundial.

O objetivo da Santa Sé é um objetivo pastoral, isto é, ajudar as Igrejas locais a gozar de condições de maior liberdade, autonomia e organização, para que possam dedicar-se à missão de anunciar o Evangelho e contribuir para o desenvolvimento integral da pessoa e da sociedade.



Pela primeira vez em muitas décadas, hoje todos os Bispos da China estão em comunhão com o Bispo de Roma. O Papa Francisco, como seus imediatos antecessores, olha e se dirige com particular atenção e com particular cuidado ao povo chinês. Precisamos de unidade, precisamos de confiança e de um novo impulso; há necessidade e ter Pastores bons, que sejam reconhecidos pelo Sucessor de Pedro e pelas legítimas Autoridades civis de seu país. E o Acordo surge precisamente neste horizonte: é um instrumento que esperamos possa ajudar neste processo, com a colaboração de todos.

À comunidade católica na China - aos Bispos, sacerdotes, religiosos, religiosos e fiéis - o Papa confia de modo particular o compromisso de viver um autêntico espírito de reconciliação entre irmãos, realizando gestos concretos que ajudem a superar as incompreensões do passado, também do passado recente. Deste modo, os fiéis católicos na China poderão testemunhar a sua fé, um amor genuíno e também abrir-se ao diálogo entre todos os povos e à promoção da paz.»

Cardeal Pietro Parolin
Secretário de Estado do Vaticano