«O teu nome nasceu daquilo que teus olhos fixavam». Rumo ao Meeting 2019

Um verso de uma poesia de Karol Woltyla. Será este o tema do próximo Meeting de Rímini, o quadragésimo, de 18 a 24 de agosto de 2019. Leia o comunicado final da edição deste ano, que se encerrou no sábado (25)

O Meeting 2018 em três curtas afirmações: «O que eu vi em Rímini? Visitando a mostra sobre o Papa Francisco, chorei de comoção o tempo todo, e depois me ocorreu o mesmo com as dedicadas a Brunelleschi e a Jó». Palavras de um intelectual europeu, um dos expoentes de ponta da arquitetura contemporânea, Alberto Campo Baeza. «Ser feliz é ser abraçado», disse a jovem escritora argentina Veronica Cantero Burroni, ao longo de um testemunho que deixou uma marca no Meeting deste ano. A última é o testemunho de um jovem visitante. «O Meeting? Para mim era o mal absoluto. Hoje que o visitei, entendi o quanto fui idiota por nunca ter vindo. O Meeting é uma experiência, deve ser vivido, qualquer pensamento, nacionalidade ou religião você tenha».

Três experiências aparentemente frágeis e irrelevantes: a comoção diante da beleza, a felicidade como abraço, a descoberta de si mesmo no encontro com o outro. O Meeting em 2018 apostou, desde a escolha do título, no único fator que move de verdade a história de forma positiva e duradoura: a pessoa. «Cuidado, não contrapondo-se a felicidade individual a um mundo malvado e hostil», explica a presidente da Fundação Meeting, Emilia Guarnieri, «mas evidenciando-se uma quantidade impressionante de experiências de realização humana e construção social, nas favelas de Salvador assim como na pesquisa de cuidados paliativos, ao pensarem a inovação além da mera tecnologia ou ao contarem com novo olhar o infinito Leopardi».

«Não há fórmula ou algoritmo que dê conta» acrescenta Giorgio Vittadini, presidente da Fundação para a Subsidiariedade, «para contrastar o declínio é preciso apostar na pessoa, dar espaço à história de quem se torna empreendedor de si mesmo também na busca de um trabalho, favorecer o diálogo entre pessoas de diferentes religiões, culturas, orientações políticas, como se deu com o Intergrupo para a Subsidiariedade. Oito dias de Meeting demonstram que tudo isso é prática vivida e contribuição real para a vida do país, não utopia. Não é à toa que a edição deste ano representou o sinal do recomeço depois da tragédia de Gênova, com a presença do presidente Toti, do prefeito Bucci, dos parlamentares, mas também o momento de uma reflexão orgânica sobre o que aconteceu, com as vozes do Porto de Gênova, dos operadores de terminal, da Rede Ferroviária Italiana e com as conferências sobre as grandes obras e a relação entre infraestrutura e mobilidade».

O Meeting de 2018 foi aberto com a mensagem do Papa Francisco e do presidente Sergio Mattarella, os quais, cada um partindo da própria perspectiva, retomaram o título da feira. O Papa Francisco, em particular, ressaltou a consonância com a experiência de São Bento de Nórcia: «Quando novos povos pressionavam nas fronteiras do antigo Império», escreveu-nos, «um jovem fez ecoar a voz do Salmista: «Quem é o homem que pretende a vida e deseja ver dias felizes?». Já o presidente Mattarella falou da necessidade do espírito de paz e amizade próprio do Meeting: «É a partir da consciência que cada um, com seu credo e suas convicções, enriquece o nosso ser pessoa», escreveu o Chefe de Estado, «que nasce a possibilidade de tornar o mundo realmente humano».

O tom foi dado, então, pela fala inaugural do núncio dos Estados Unidos Christophe Pierre, quando lembrou que «a verdadeira revolução é a revolução do coração. Não podemos obrigar ninguém a crer, principalmente os jovens», porque a fé é uma vida nova que se comunica por graça, e assim só «por meio do testemunho da nossa vida». Foi também o Meeting de Jó, o homem que não quer fugir das perguntas dramáticas da vida, a quem foram dedicados a principal mostra e um grande encontro.

Também estava em pleno acordo com o espírito e o título do Meeting o espetáculo “Através do mar do desejo”, representado domingo, 19, na Piazzetta sull’Acqua [uma plataforma flutuante em Rímini, ndt.] na ponte de Tibério. «Um espetáculo que junta o destino do indivíduo e as forças que movem o mundo», contou o responsável dos espetáculos do Meeting, Otello Cenci. «O texto, extraído de Paul Claudel no 150º aniversário de seu nascimento, graças também à nova tradução foi apresentado pela primeira vez na Itália, valorizando ainda a relação com Rímini por causa da localização espetacular da Ponte de Tibério, que atraiu cinco mil pessoas».

Quanto aos números, a 39ª edição mostra que o Meeting, em sua fórmula renovada que apostou em zonas e espaços temáticos, se consolida também nos números. Muito densa a presença (como atesta o número de tíquetes da praça de alimentação, 5% a mais que em 2017); a arrecadação de fundos que bateu um novo recorde, com 120 mil euros (no ano passado foram 100 mil); e naturalmente os 234 encontros (quase dobrando os 118 do ano passado), com 528 palestrantes (327 na edição anterior); as 14 exposições; os 18 espetáculos; os 32 eventos esportivos. Tudo isso em 130 mil metros quadrados de pavilhão (21 mil dedicados às praças de alimentação), com a contribuição de 2927 voluntários, o verdadeiro coração pulsante da feira, que mostra seu aspecto de gratuidade. Quanto aos custos, o Meeting de 2018, que recebe pouquíssimas contribuições públicas, tem um orçamento de 5.972.000 euros, e as principais entradas são os serviços de comunicação para as empresas (3.550.000 euros) e os ganhos com alimentação (1.104.000 euros).

E assim, acompanhando e vivendo por muitos anos a evolução e as atribulações do nosso país, o Meeting se aproxima da conclusão da quarta década da sua história. O título da quadragésima edição do Meeting para a amizade entre os povos, que acontecerá na Feira de Rímini, de 18 a 24 de agosto de 2019, será

O teu nome nasceu daquilo que teus olhos fixavam.

«É um verso de uma poesia de Karol Wojtyla», explicou Emilia Guarnieri. «Então, em 2019 teremos um título em plena continuidade com os conteúdos deste ano. Se em 2018 pusemos a pessoa no centro, o homem que busca a felicidade e faz experiência dela, no ano que vem iremos mais a fundo para descobrir de onde pode nascer o rosto, a fisionomia da pessoa».